TRÊS ANOS SEM JOSÉ CLAUDIO MACHADO
Velório de José Claudio Machado / Câmara de vereadores de Guaiba
Diante do caixão o grande Telmo de Lima Freitas
José Cláudio Machado nasceu em Tapes, RS, em 17 de novembro de 1948. Começou sua carreira de intérprete no antigo conjunto Os Tapes e consagrou-se para o grande público ao vencer a Califórnia da Canção Nativa de 1972 com a composição Pedro Guará, um clássico regionalista.
Participou como intérprete, em duas ocasiões, do conjunto Os Serranos. Na minha opinião, o melhor álbum do grupo foi "Isto é... Os Serranos", no final da década de 1980, muito se devendo a participação do José Cláudio.
Intérprete de canções consagradas como Pêlos, De Como Cantar um Flete, Milonga Abaixo do Mau Tempo, Cantar Galponeiro e outras tantas, Zé Cláudio foi do tango cantado em espanhol a nossa música de raiz com a mesma desenvoltura.
José Claúdio Machado teve estilo próprio mas, se fosse compará-lo, o classificaria como um Noel Guarany contemporâneo. Ambos traziam as ânsias gavionas de não acomodar-se ante o que consideravam errôneo. Criticavam mesmo, em verso e prosa. Várias são as histórias do crioulo de Tapes que hoje, apenas três anos após sua morte, são contadas e recontadas.
O "Zé" Cláudio é considerado por muitos como o melhor cantor terrunho de todos os tempos no Rio Grande, porque aliou à estampa gaudéria, à irreverência dos bugres bolicheiros, com uma voz de trovão, afinada e retumbante, que acordava e continuará acordando as madrugadas campeiras desta terra.
Na verdade, o que importava ao Zé Cláudio era a gente simples e humilde, a peonada, e esta, marcou terreno com suas preces.
Perto das onze o padre (ou pastor) todo pilchado fez as derradeiras e bonitas orações. Após diversos pronunciamentos, reverências, saudades expressas com sentimento, num cortejo, longo e triste, aos 63 anos de idade, no dia em que nascia o escritor Barbosa Lessa, o Patrão de todas as querências levava para junto de si o mestre dos mestres da cantoria: José Cláudio Machado!
E o céu... Segurou seu pranto!
Participou como intérprete, em duas ocasiões, do conjunto Os Serranos. Na minha opinião, o melhor álbum do grupo foi "Isto é... Os Serranos", no final da década de 1980, muito se devendo a participação do José Cláudio.
Intérprete de canções consagradas como Pêlos, De Como Cantar um Flete, Milonga Abaixo do Mau Tempo, Cantar Galponeiro e outras tantas, Zé Cláudio foi do tango cantado em espanhol a nossa música de raiz com a mesma desenvoltura.
José Claúdio Machado teve estilo próprio mas, se fosse compará-lo, o classificaria como um Noel Guarany contemporâneo. Ambos traziam as ânsias gavionas de não acomodar-se ante o que consideravam errôneo. Criticavam mesmo, em verso e prosa. Várias são as histórias do crioulo de Tapes que hoje, apenas três anos após sua morte, são contadas e recontadas.
O "Zé" Cláudio é considerado por muitos como o melhor cantor terrunho de todos os tempos no Rio Grande, porque aliou à estampa gaudéria, à irreverência dos bugres bolicheiros, com uma voz de trovão, afinada e retumbante, que acordava e continuará acordando as madrugadas campeiras desta terra.
ASSIM NOS MANIFESTAMOS NO DIA 13 DE DEZEMBRO DE 2011
O céu segurou seu pranto... Quando saí de Porto Alegre, em riba das sete e quinze, neste dia 13 de dezembro de 2011, rumando a Guaíba, histórica cidade do revolucionário Gomes Jardim, o tempo estava osco, cinzento, com nunvens que mais pareciam pelegos de chumbo estaqueados no firmamento. Uma "Milonga Abaixo de Mau Tempo"!
Fui dar meu - até um dia, a José Cláudio Machado, o Cantor Galponeiro, um dos últimos galos-dourados da musicalidade rio-grandense.
Quando estacionei o carro defronte a Câmara de Vereadores de Guaíba, local das encomendações, um bugre gaúcho de barba e melena brancas pitava um cigarro de palha com os olhos marejados. Pensei comigo: A coisa é por aqui mesmo.
Enquanto trancava minha condução, um fiat Sena, com placas de Tapes, volteava o prédio com o rádio a toda a goela, com canções do "Zé" Cláudio. Uma homenagem solitária de um fã já saudoso.
Lá em cima, após três lances de escadas, o salão do legislativo guaibense mais parecia um galpão de terra batida, em face da peonada que proseava em voz telúrica e respeitosa. No centro, o ataúde com o maior cantor terrunho do Rio Grande. Sorriso debochado, boina na testa, bombacha e jaleco cinzas, camisa azul, lenço grená e o inseparável chapéu preto preso entre os dedos.
Fiz minhas orações agradecendo a Deus, e ao Zé, por todo o atavismo, xucrismo, gauchismo, e outros "ismos" mais que ele nos regalou. Posso dizer que sou feliz por ter sido contemporâneo deste taura que jamais se dobrou e que fazia em vida o que cantava nos versos.
Ao sul do caixão o pala preto, a bandeira do Rio Grande, de Tapes e de Guaíba. Ao sul do sul, uma legenda orava em silêncio por um de seus pares que abria o pingo e se ia... Telmo de Lima Freitas. Aliás, muitos eram os artistas que admiravam e seguiam os passos deste monarca pampeano mas poucos foram levar seu apreço ao cantador. A rigor, além do Telmo, lá estavam o Joca Martins, Elmo Freitas, Paulinho Pires, Carlos Madruga, Dorotéo Fagundes e Mauro Moraes. Erival Bertolini, Presidente do MTG, também se fez presente representando a entidade.
Fui dar meu - até um dia, a José Cláudio Machado, o Cantor Galponeiro, um dos últimos galos-dourados da musicalidade rio-grandense.
Quando estacionei o carro defronte a Câmara de Vereadores de Guaíba, local das encomendações, um bugre gaúcho de barba e melena brancas pitava um cigarro de palha com os olhos marejados. Pensei comigo: A coisa é por aqui mesmo.
Enquanto trancava minha condução, um fiat Sena, com placas de Tapes, volteava o prédio com o rádio a toda a goela, com canções do "Zé" Cláudio. Uma homenagem solitária de um fã já saudoso.
Lá em cima, após três lances de escadas, o salão do legislativo guaibense mais parecia um galpão de terra batida, em face da peonada que proseava em voz telúrica e respeitosa. No centro, o ataúde com o maior cantor terrunho do Rio Grande. Sorriso debochado, boina na testa, bombacha e jaleco cinzas, camisa azul, lenço grená e o inseparável chapéu preto preso entre os dedos.
Fiz minhas orações agradecendo a Deus, e ao Zé, por todo o atavismo, xucrismo, gauchismo, e outros "ismos" mais que ele nos regalou. Posso dizer que sou feliz por ter sido contemporâneo deste taura que jamais se dobrou e que fazia em vida o que cantava nos versos.
Ao sul do caixão o pala preto, a bandeira do Rio Grande, de Tapes e de Guaíba. Ao sul do sul, uma legenda orava em silêncio por um de seus pares que abria o pingo e se ia... Telmo de Lima Freitas. Aliás, muitos eram os artistas que admiravam e seguiam os passos deste monarca pampeano mas poucos foram levar seu apreço ao cantador. A rigor, além do Telmo, lá estavam o Joca Martins, Elmo Freitas, Paulinho Pires, Carlos Madruga, Dorotéo Fagundes e Mauro Moraes. Erival Bertolini, Presidente do MTG, também se fez presente representando a entidade.
Na verdade, o que importava ao Zé Cláudio era a gente simples e humilde, a peonada, e esta, marcou terreno com suas preces.
Perto das onze o padre (ou pastor) todo pilchado fez as derradeiras e bonitas orações. Após diversos pronunciamentos, reverências, saudades expressas com sentimento, num cortejo, longo e triste, aos 63 anos de idade, no dia em que nascia o escritor Barbosa Lessa, o Patrão de todas as querências levava para junto de si o mestre dos mestres da cantoria: José Cláudio Machado!
E o céu... Segurou seu pranto!
Por hora é isso, inté fui...
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